O QUE VOÇES SAO E UNS GANDAS BISBILHOTEIROS (parte 126)

Por ser Natal e porque sou um santo homem, resolvi fazer um breve interregno na minha desesperada tentativa de iluminar os vossos invios cerebros, com as partes mais fidedignas da nossa historia.
Isto e: vou falar de mim, porque sendo um persistente vaidoso compreendo a vossa natural e obvia ansiedade.
-Mas o bandalho so sabe falar dos outros, nao tem vida propria?
-Quanto a mim deve ser um perigoso cadastrado! Nao tem la boa pita!
-Nao! Isso nao digo. Acho que deve ser e engenheiro!
-Ta bem ta; deve ser tao engenheiro como o outro!
-Talvez predador sexual. A net ta cheia dessa gente.
-Predador...predador nao sei, coitado do ranhoso. Vou mais para que seja marreco!
Lamento desiludilos; nao sou nada disso!
Vivo bem, tenho uma bela vida!
A pensaozita de viuvez que recebo das minhas cinco falecidas e santas esposas e jeitosa, graças a Deus!
A actual, a minha querida Aurora, ficou muito amparadinha com a morte do seu Inacio, um bronco pato bravo de Chaves, que tinha dinheiro ate dizer chega. Sempre foram cinquenta anos a viver juntos. Uma tragedia, pobrezinha!
Mas agora, essa luz dos meus olhos, a Aurora, anda meio apalermada dos cornos. So nao a interno num asilo, porque a ancia ainda tem umas coizecas para resolver da herança do chifrudo e precisa de mim para assinar uma coisas por ela. Nos temos de ser uns para os outros, nao e? O defunto entre outras coisinhas pequenas, deixou-lhe um duplex na Foz. Um decimo andar, vista para o mar, um espanto!
Agora, vejam bem o atrevimento, teimou em fechar a varanda!
Diz que ja tem 87 anos, pode dar-lhe um fanico, vir ca parar abaixo, merdas assim! Ta a levar outro tariao nao tarda nada. Fechar a varanda...onde ja se viu isto? So esta bem a gastar-me o guito o raio da velha, e logo quando estou a fazer umas economias para comprar um porcheszito!
Agora no Natal, prometeu-me, como prenda, passar para o meu nome, (embora eu nao queira), uma quinta enorme que o corno lhe deixou ali para os lados de Barcelos.
Acho que nao e prenda nao. O que a espertalhona tem medo e que eu lhe parta mais quatro ou cinco costelas.
Eu dou-lhe o Natal!